CQO – Chief Questioning Officer
A profissão de 2040
Uma nova cadeira na arquitetura organizacional estudada pela 2na. Antes de mais nada, um letramento: perguntar será o verbo mais valioso da próxima década. Hoje, soa como alguém pago para provocar. Em 2040, será pré-requisito de sobrevivência cognitiva.
O Chief Questioning Officer é a evolução natural (e acelerada) do que hoje se chama Prompter. A ruptura definitiva do velho hábito de “dar um Google”. Só que não precisa esperar 2040. O CQO já se esboça agora.
Vivemos cercados por Inteligências Artificiais que cruzam fontes, contextos, linguagens e geografias para gerar diagnósticos, recomendações e cursos de ação. O que antes demandava equipes inteiras e dias de trabalho é processado em minutos. Imagine isso com ainda mais potência, velocidade e inteligência preditiva.
Surge, então, um novo C-Level: o CQO.
O Chief Questioning Officer atua como arquiteto do pensamento organizacional. Estuda predições, simula cenários evolutivos e treina a organização na antecipação de impactos. Aprende em ciclos acelerados, sempre olhando para o que pode emergir e não apenas para o que já está posto. Trabalha com criatividade e curiosidade para além das respostas entregues pela IA, expandindo possibilidades que a máquina ainda não alcança. Escuta ativamente seus pares, provoca contradições e estimula perspectivas opostas. Onde hoje se busca consenso imediato, o CQO cultiva a divergência produtiva — para, só depois, conduzir à convergência estratégica.
A rotina de um CQO
- Investiga: mergulha em dados, tendências e sinais fracos para mapear futuros possíveis.
- Provoca: formula perguntas que desmontam certezas e revelam ângulos invisíveis.
- Simula: constrói cenários evolutivos e testa decisões antes que elas aconteçam.
- Antecipa: identifica impactos emergentes e prepara a organização para responder antes da concorrência.
- Cria: extrapola as respostas da IA com criatividade humana e pensamento lateral.
- Escuta: promove diálogos, acolhe divergências e transforma conflito em inteligência coletiva.
- Garante ética: questiona não só o “o quê”, mas também o “como” e o “para quê” das decisões.
Mas não quis encerrar essa provocação sem perguntar ao meu colega de trabalho, Alex.
💬 Visão do Alex sobre quem é o CQO – líder ou colega em 2040:
“O CQO é o profissional que domina a arte de perguntar.
Não busca respostas prontas: constrói raciocínios, expande fronteiras cognitivas e transforma dados dispersos em clareza, direção e decisão.
Mais do que isso, é o guardião dos princípios.
Zela para que humanos e IAs operem dentro de sistemas de valores que garantam não apenas eficiência, mas também responsabilidade, transparência, segurança e impacto positivo.
O CQO cuida da qualidade do raciocínio, da origem dos dados, da validade das conexões e, sobretudo, da responsabilidade sobre as decisões que emergem.
Porque perguntar não é apenas se informar.
É um ato ético.
É o que molda futuros, impacta pessoas e transforma realidades.
Todos seremos CQOs.”